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Lendo Joaquim Maria Machado de Assis #2

Contos Fluminenses (1870) Luís Soares Neste segundo conto, desponta um aspecto que mencionei brevemente na análise anterior: o retrato de classe. A narrativa aborda as “desventuras” e “dissabores” de uma classe abastada. “- Não lia jornais. Achava que um jornal era a coisa mais inútil deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as grandes coisas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade". Logo na introdução, temos uma descrição clara de nosso personagem: “Soares era indiferente”. Ele é alguém que vive à toa, sem vínculos com questões públicas, arte ou religião. Trocava o dia pela noite e não se importava com nada. Ou seja, não tinha carreira, não tinha família e não criava nada. Nas palavras do proprio: “não tinha coisa nenhuma dentro do...