CRITICA DE FILME 5
RODAN – (ISHIRO RONDA , 1956)
Rodan é um pteranodonte
e esse é um filme de kaiju, a partir disso, o filme todo já está resumido. E
partindo desse sentido, o filme em si é bastante explicito em suas propostas
temáticas, em um primeiro momento temos uma situação que afeta os trabalhadores
de uma mineradora e a presença dos primeiros monstros, até há uma conversa
sobre aquecimento global, e dentro dessa trama da mineradora temos a única
trama humana, que seria de um personagem que é suspeito no ataque dos
trabalhadores.
Em seguida, um confronto direto contra esses insetos (ninfas), que no fim
servem apenas de alimento para Rodan, uma ameaça muito maior, que traria
efeitos para além do microcosmo da mineradora. A monstro, voa como um caça
supersônico, até há uma explicação para isso, mas o motivo de isso estar
acontecendo é bem explicitado pelos personagens, e é o uso de energia atômica,
mais precisamente efeito das bombas pelos EUA, em Hiroshima e Nagasaki.
Eu fiquei pensando, não faz muito tempo que foi lançado um filme do Godzilla, uma produção americana, ou seja, a história de uma criatura que reflete diretamente as feridas e ansiedades atômicas, agora pode se dizer que foi “apropriado” pelo agressor dessas bombas. Eu não sei que subgênero reflete os traumas do onze de setembro (talvez todo o universo Marvel?) Que pudesse ser apropriado pelo cinema Árabe, vou ficar devendo esse exemplo, mas refletindo soa no mínimo problemático essa produção americana.
Retornando para Rodan, o filme não é preocupado com um
realismo temporal e espacial, as situações acontecem de maneira rápida e não há
tempo para lamentar os destroços para além das imagens de laboratórios,
cientistas, poderio bélico, lutas áreas e muitas cenas de explosão. Dito isso,
a percepção que fica é de um filme pela destruição, e talvez essa seja a
proposta, os cientistas falando da origem do problema e o resultado disso, um
criatura pré-histórica destruindo a cidade. É irônico pensar, que esse uso
destrutivo da capacidade humana, traz a vida novamente criaturas que foram
extintas, quase como uma materialização da morte para nos avisar de nossa
própria morte. Não há poesia, no sentido de que, a mensagem está muito clara do
início ao fim do filme.
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